Mudando a perspectiva sobre o erro

Quando estamos aprendendo algo novo, nos deparamos com muitos erros. Não é a toa que temos o ditado popular: " É errando que se aprende". 


Durante o processo de aquisição de habilidades e de conhecimentos, quaisquer que seja ela, NÓS ERRAMOS. Isso é um fato sobre como aprendemos coisas novas em nossas vidas. É preciso tentar, errar, vivenciar, errar de novo, tentar novo. 

Piaget em seus estudos diz: o conhecimento é um processo de fazer e refazer”. 

Augusto Cury afirma que, “errar é uma etapa do inventar, falhar são degraus do criar”(...), “se quem erra é punido, a punição é registrada no centro de memória através do fenômeno RAM (Registro Automático de Memória) obstruindo a ousadia e a inventividade”. 

Porém nossa sociedade vivência e lida com o erro como algo negativo.  

Quantas vezes você não deixou seu filho ou aluno fazer algo que ele gostaria porque ele iria deixar cair, se machucar, demorar ou fazer errado?

Coisas simples como guardar a roupa no armário, pegar um copo de água, servir sua comida no prato...

Essa realidade nos traz algumas questões:

"Como trazer o erro como forma de construção de conhecimento, transpondo as barreiras e pensamentos críticos de uma sociedade que não aceita o erro?" 

"Como integrar o erro de forma construtiva no processo ensino-aprendizagem?"

"Por que vemos o erro de maneira negativa?"

"Como encorajar uma criança que errou, se eu não ofereço a ela a oportunidade dela vivenciar e errar"
 
Quando entendemos que para que o processo de aprendizagem aconteça, o indivíduo precisa vivenciar o erro, passamos a valorizar as tentativas, oferecendo encorajamento para que a pessoa busque novos caminhos para acertar, para resolver o problema. 

Nosso foco passa a ser o processo de aprendizagem e não o resultado final. 

Porém o primeiro passo para uma educação com objetivo no processo, é o educador aceitar o seu próprio erro, humanizando as suas tentativas também. Apesar de termos vindo de uma educação que reprimia erros e não valorizava o processo criativo e investigatório dos erros e soluções, precisamos ampliar nosso olhar para oferecermos essa oportunidade a nossas crianças. 

Oferecer espaço para que a criança vivencie novas situações, erre, e se sinta confortável para buscar novas alternativas e caminhar rumo a se tornar um adulto confiante, persistente, autocritico e capaz de resolver problemas e assumir os seus erros.

 "Erros são ótima oportunidades de aprender" - Jane Nelsen.


Para educar é preciso ter a mente clara de onde estamos e para onde queremos ir, só assim poderemos educar com amor!


Com carinho, Andressa Bele Fusco