La danse de
toujours, dansée comme jamais!” (A dança de
sempre, dançada como nunca!). Palavras de André Levison que podem descrever o
talento de Anna Pavlova, afinal ela foi uma bailarina russa de talento e
carisma excepcionais.
Nascida em uma família de camponeses pobres, em 12 de fevereiro de
1881, apaixonou-se pela dança após assistir ao espetáculo “A Bela Adormecida” no
teatro de Marinsky aos 8 anos de idade, decidindo dedicar-se a dança.
Ingressou aos 10 anos na Escola Imperial de Ballet de São Peterburgo,
após ter sido rejeitada uma vez devido à idade e baixa estatura. Graduou-se em
1899 aos 18 anos de idade, entrando para o corpo de baile do Ballet Imperial
Russo de São Peterburgo. Logo caiu nas
graças de Marius Petipá, conseguindo posições de destaque cada vez maior e em
1906 se tornou a primeira bailarina.
Anna Pavlova tinha um físico
diferenciado para a época, sua figura feminina, graciosa e delicada
diferenciava-se do corpo ideal das bailarinas da época, que tinham corpos compactos
e musculosos para atender os requisitos técnicos.
Sua expressividade e graciosidade marcou
uma renovação no ballet, que foi
fortificada quando encontrou Michel Fokin em sua estreia em 1908 com os Ballets
Russes de Serguei Diaghilev em Paris.
Anna Pavlova viajou pelo mundo com com
bailarinos de São Petersburgo e Moscou, e mais tarde com sua própria companhia.
Destacou-se pela sua disciplina , tecnica e uma brilhante expressividade. Ela
era sua mais severa crítica. Nada a irritava mais que aplausos não merecidos.
Era ela quem mais trabalhava na sua própria companhia e, inúmeras vezes, era
encontrada ensaiando sozinha no teatro, mesmo depois das luzes terem se
apagado.
Anna Pavlova não conheceu o declínio de
sua carreira, pois de acordo com sua biografia morreu em La Haye quando
preparava uma nova excursão, aos 49 anos de idade de pneumonia. Segundo
testemunhas, suas últimas palavras após pedir para que lhe preparassem o seu
traje de “A Morte do Cisne” foi: “Execute o último compasso bem suave…”.
Pavlova viveu para sua dança e segundo
ela mesma seu sucesso era aoenas fruto do seu intenso trabalho. “Os meus
triunfos devem ser atribuídos ao meu estudo e incansável labor”, dizia ela.
Também afirmava sua busca por excelência em cada papel: “O único ideal da minha
vida é aspirar sempre e sem tréguas ao Ideal!”.
Acho que para nós bailarinas, fica um
gostinho e uma lição desse exemplo de vida de amor e dedicação pela dança... da
busca incessável pela perfeição... da entrega a arte...
Com carinho, Andressa Bele Fusco
Referências:
MICHAILOWSKY, Pierre. A dança e a Escola de Ballet. Rio
de Janeiro: Departamento de Imprensa Nacional, 1956.
PORTINARI, Maribel. História
da Dança. Rio de Janeiro: Nova Fronteira S.A., 1989.